quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

virada

A rua despede-se de 2008, celebrando o novo ano vizinho. Esperando que esse 2009 seja, não melhor para nós, que na verdade não precisamos, mas para tantos outros... esses sim, desesperadamente desejosos de um ano melhor.
Todos juntos, celebremos!



(Kool and The Gang)

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

música para fazer amor com a sua old lady*



*Porque não encontrei um substituto semântico adequado para "old lady". Alguém me ajuda?

LOVAGE - Music to Make Love to Your Old Lady by (2001), é um disco tão excêntrico quanto o seu produtor Nathaniel Merriweather (apenas mais um heterónimo...), elemento, em parceria com Prince Paul (recordemos o seu papel nos primeiros discos dos De La Soul), dos não menos excêntricos Handsome Boy Modeling School.

Dado que já conhecia o seu trabalho a meias com Prince Paul em discos como So... How's your girl? (1999) ou White People (2004), não foi propriamente com surpresa que escutei mais um registo de excelente qualidade. Musicalmente, os beats embelezados pelo soul, o jazz, os blues e até o country, tudo sabiamente mexido dentro uma panela electrónica, conduzem o ouvinte até a um trip-hop multifacetado (trouxe-me à memória o Blue Lines dos Massive Attack) muito charmoso e a tender para o erotismo. Psíquicamente, as letras, as bocas bem-humoradas e as idiotices abundantes em cada música são já um habitué que, não obstante o serem, continuam a ter piada. Uma atmosfera entre o sexual e o alucinado com palavras românticas e obscenas servidas em doses iguais num declamar vagaroso e provocante.
Mas bem, se estivermos por casa com amigos, ninguém dá conta das letras e o disco passa por um registo muito... intimista. Hoje o termo até está em voga e tudo. :)

No final de contas, o título do disco tem razão de ser...

Finalmente, hoje temos clips! Dois, até.
Querido leitor: sirva-se de um bom vinho tinto e acenda um cigarro. E o resto imagine.

Stroker Ace



Book of the Month

back in the days...

Tudo bons rapazes!

domingo, 28 de dezembro de 2008

Não colaboramos mais com esses filhos da mãe!

Grande clip, grande som, grande scratch (o mesmo Nel Assassin do post anterior) e grande, enorme... Sam the Kid! Acabei de descobrir este clip agora e até ao momento em que o abri só lia coisas do género: "Sam the Kid fantástico!"; "Alguém tem esta letra do Sam?". Depois, enquanto via o clip, o aparece-desaparece intermitente do Sam foi aguçando o apetite. E então o Sam rappou. E eu senti-me cheio de força. Brutal.
Respect!

Philharmonic Weed - A Benção feat. Nel Assassin e Sam the Kid

Cose, descose e remenda


Sr. Alfaiate é um heterónimo do produtor, rapper ocasional, mestre do turntablism e dj Nel Assassin, de quem já tocamos por aqui um belo beat.
Desta feita, a menção vai para o seu fabuloso A vida na ponta dos dedos (2006). Um disco muito ao estilo de Pete Rock (aprecie-se o seu delicioso Soul Survivor) onde o hip hop, o soul, o rnb e o funky fazem a festa. Impetuoso nos beats, clássico nos samples de soul, meloso nos vocals (Kika Santos, SP e Melo D) e atrevido quando chama por um pé de dança, este é um Nel Assassin ao nível dos melhores produtores americanos de hip hop da velha escola. Velha escola na técnica (o scratch, o sample, a mistura, enfim, o mágico turntablism) e na emoção ímpar do soul e do funk que os beats transmitem. E por isso é que a metáfora do título do disco faz sentido.
Como se ainda não bastasse, o rol de convidados é de luxo: Melo D (por aqui tocado há uns tempos), SP, DJ Riot dos Buraka Som Sistema(agradável drumNbass final), Kalaf (o cavernoso poeta do além) e o inevitável Sam the Kid.
Neste ano que finda foi dos discos que mais me prazer me deu de escutar. Os meus sinceros parabéns pela genialidade.
Big up!

(Infelizmente, não há qualquer registo deste disco no youtube. Se alguém souber como linkar aqui apenas mp3 que me diga por favor)

sábado, 27 de dezembro de 2008

Capicua meets Preemo

Quem hoje não tiver planos para a noite e quiser ouvir uma mulher tão sofisticada quanto mandona (musicalmente falando) então que apareça no PinUp Bar, pelas 23H.
Ela dá pelo nome de Capicua e é um caso sério no mic. Rimas provocantes, feministas, inteligentes e com alto perigo de explosão. Hoje apresenta a sua mixtape Capicua meets Preemo. Ou seja, é Capicua a rappar por cima de beats do Premier. É certo que ajudinha do guru dos pratos dá um certo jeito, mas a verdade é que o rap desta rapariga queima!

No seu MySpace podem ouvir algumas coisas. A minha preferida é a Lingerie.
Check it!

Capicua meets Preemo - História de Amor

São Bonnie and Clyde
roubam palmas contra a gravidade!


segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

(Merry) Christmas Rappin'

A propósito da data que se avizinha, aqui fica o desejo de um Feliz Natal. A dançar, claro! :)

Kurtis Blow - Christmas Rappin'

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

get jiggy

Amanhã, sexta feira, a partir da meia noite, irei estar novamente a pôr música na festa Erasmus da residência universitária situada na Rua do Breyner, número 262.

Show up!

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Capas - Anatomy of a Murder (1959)

Funk continua a ser mem' bom


Os Cool Hipnoise tocam amanhã no Porto, no Teatro Sá da Bandeira. Timing pois para prestar tributo a um dos grupos mais frescos, ecléticos e inovadores da música portuguesa. Entre o funk, o soul e música oriunda do continente africano, o resultado final é verdadeiramente... cool!
O seu último disco (Cool Hipnoise, 2006) é muito bom. Para dançar ou para curtir por casa. Ou para dançar por casa, porque não.
Faixas preferidas: Caótica, Kita essa Dama, Katinga, Dias de Confusão, Escanifobética, Labirinto, Dá-me dá e Tudo a nu (versão alternativa com os mcs Sam the Kid e Regula numa divertidíssima jam session).

Kita essa Dama



Dois Dias

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

damas no mic


Elas chegaram, viram e venceram. Num mundo que era (e ainda é infelizmente) dominado totalmente epelo sexo masculino, elas revolucionaram. Falo do mundo do hip hop, pois claro.
Se hoje continuam a ser poucas as caras femininas de destaque na cena rap internacional(tirando casos pontuais como Lil Kim, Lauryn Hill, Missy Elliot ou Lady Rage), bem como na portuguesa, imaginem o que terá sido estas três freaks apareceram na década de 80 a rappar. Ainda por cima sem papas na línguas!
Salt é Cheryl James (mc); Pepa é Sandra Denton (mc); Spinderella é Deidra Dee Dee Roper, a mulher dos pratos. Letras bem-humoradas e sexuais, irreverentes e feministas, enérgicas e descomprometidas... Como se costuma dizer na minha terra, elas não papam grupos!
Hoje fica o disco Very Necessary (1993), onde encontramos, entre outras, a fantástica Shoop. Espectacular para tocar numa festa...

Esta nem é a versão que mais aprecio. A que tenho gravada em cd (ao vivo) é ainda mais party.

Shoop

Ladys



Reparei que o SS tem musicado pouco no que toca a artistas no feminino. Por isso mesmo, tentarei nos próximos tempos dar maior ênfase a discos de meninas, jovens, mulheres e senhoras.
Começo justamente com alguém que consegue ser tudo isso numa só: Mayra Andrade. Para quem gosta de Cesária Évora ou Tito de Paris, música brasileira ou simplesmente boa música, Navega (2007, único disco até agora editado) é um disco absolutamente imperdível.
Tenho para mim que Mayra vai dar muito que falar no resto da sua carreira. Tanto. Bem sei que as comparações com Cesária são fáceis de fazer. Mas a verdade é que se entende o fundamento de tal comparação. É que Mayra também já carrega consigo uma certa aura... (de Diva?)
Definiria este disco - tendo a plena consciência de que discos assim não são definíveis - em três palavras: Amor, Terra e Saudade.
Ah, já agora. Ela é bela, linda, exótica. E canta. Pronto.

Lua



Regasu



Tunuka



Tunuka 2 (na rua)

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

hip hop musician, soul music lover, cool funky brother, afro portuguese*




Outro Universo (2003) e Chega de Saudade (2005) são dois discos maravilhosos do português Melo D (não confundir com o produtor americano Melo-D).

Música fresca, viva e eclética. Afrobeat, jazz, soul, funk e hip hop na mesma redoma. E a voz rouca de Melo a seduzir.
Na minha opinião, é no rap que Melo marca menos pontos. É quando espaça a voz e contorna as linhas do soul que se entra num estado chill difícil de sair.
É consciente a junção que Melo faz entre o soul e o hip hop. Ele próprio o destaca nas suas letras, contando-nos um pouco da história deste último.

Creio que Melo D é um dos artistas mais injustamente desconhecidos da boa música portuguesa.

São poucos os clips de Melo D no youtube. Ficam alguns da sua autoria e um outro dos Cool Hipnoise, do qual Melo D fez parte, e que na altura ('95) fez muito furor.

Cool Hipnoise - Funk é mem' bom (Melo D num estilo muito Guru)



Melo D - Boas Vibrações (com Sagas)



* retirado do seu MySpace

Para que este clip não fique esquecido

DJ Nel Assassin, Family e Sagas.
Hip Hop e afrobeat em harmonia. No que toca ao clip, é das melhores coisas dos últimos tempos na cena portuguesa. Os parabéns para o realizador.

It's a complow

domingo, 7 de dezembro de 2008

Improvisos - Sam the Kid

Na rúbrica de hoje vamos até ao Festival Paredes de Coura de há uns anos atrás escutar um freestyle de um Sam mais novo e mais magro. Já o improviso é com a mesma qualidade de sempre.
Nos pratos está o DJ Kronik. O beat inicial é o Sound of the Police, do KRS-One. A ele se segue, enquanto o Sam rima, o clássico Ante Up, dos MOP. Sam faz referência aos Puddle of Mud, banda que ia entrar de seguida.
Enjoy!

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

bons concertos em Dezembro





- DEALEMA (!) dia 6, no Cinema Batalha.

- NBC e Os Funks dia 7, no Plano B.

- Cool Hipnoise dia 12, Teatro Sá da Bandeira.

Tudo produto nacional, tudo boa música!

Capas - Criminal Minded (1987)



KRS-One, um dos discípulos de Afrika Bambataa, inicia em '87 com a Boogie Down Productions um trajecto ímpar na história do hip hop. É hoje um dos grandes mentores e resistentes da cena Peace, Love, Unity and Safely Having Fun (Afrika Bambataa, pois claro) do hip hop americano.
Este disco surge na altura como um alerta de consciência anti-violência para os jovens de bairros sociais americanos problemáticos, como era o aliás o seu - o mítico Bronx. Surge igualmente como uma das primeiras críticas ao gangsta rap que começava a despontar na altura (relevo para os NWA, claro, com o seu agressivo Straight Outta Compton - 1988).

Por coisas como estas é que KRS-One é conhecido como Tha Teacher. Peace and Love... BY ALL MEANS NECESSARY.