Trava-se uma interessantísisma discussão de ideias no Hipop Kulture, mais precisamente nessa secção de comentários, a propósito de outsiders e insiders que escrevem sobre hip-hop.
Gostaria de dar a minha opinião, mas reservarei a mesma para quando tiver o tempo necessário para fazer uma reflexão sobre um assunto tão delicado como o que está em cima da mesa. De momento, dizer apenas que inteligentes e sensatos têm sido comentários como estes:
Não sei como é que o Mário Lopes do Ipsílon e o seu distanciamento podem ser um bom exemplo. Ele escreve bem, muito bem, fluidamente, eloquentemente, adjectivadamente, o problema é que por vezes ler um texto sobre hip-hop e depois ler outro sobre teatro é a mesma coisa. Isto para um ouvinte de hip-hop.
Quanto à questão de ser insider ou não ser, é como tudo no jornalismo. Há generalistas e especialistas, e todos são importantes. Dizer que ser "outsider" é melhor que ser "insider" é tão absurdo como dizer o contrário. Um especialista pode dar bastante jeito em muitos casos, bem como alguém com mais distanciamento mas com boa capacidade de investigação e transmissão de ideias pode de facto fazer um trabalho de excelente qualidade.
devo dizer também que capacidade de investigação e de análise, curiosidade e abertura ao exterior, são capacidades muito mais importantes do que ser apenas bom "escriba". Isso não é jornalismo, apesar de portugal ser fértil em jornalistas bons escribas mas férteis em dogmas. Na imprensa musical, esse "distanciamento" não é sinónimo de melhor qualidade ou abragência, porque eu sei sempre de que artistas/álbuns vão falar. Por isso, ler os especialistas do H2Tuga compensa, e muito.
Mano J.
E especialmente este:
Não elogiei a escrita em si (que, no caso de alguns insiders, é muito má) mas a capacidade de avaliar musicalmente um projecto. A maioria dos insiders só ouve hip-hop (pouco mais) e não têm sensibilidade para avaliar um projecto musical. Não sabe puto de história da música. Isso é importante. Muito importante. Afinal o hip-hop é também um estilo musical e, apesar de ter as suas características próprias que o distanciam de outros estilos, tem de ser avaliado enquanto música.
(autor anónimo)
Este bold é meu. E faço destas palavras minhas.
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