sábado, 25 de julho de 2009

Para quem não gosta


do Enter the Wu-Tang (36 Chambers) dos Wu-Tang (o meu caso, é verdade!), mas aprecia a sonoridade do albúm em geral, nada melhor que o disco Enter the 37th Chamber (2009), da autoria da banda El Michels Affair. Jazz, soul, funk e muita melancolia numa cover em registo orgânico e puramente instrumental desse mítico albúm dos W.
Beautiful!







o rap de Caetano

Com os devidos agradecimentos a terceiros. :)

quarta-feira, 22 de julho de 2009

"fonky"!


e muita soul, também.
Dela disse James Brown - segundo wikipedia, amazon e outros - ter sido a melhor cantora com quem já tinha colaborado.
Disco que reúne uma série de inéditos das décadas de 60 e 70.

You're welcome, stop on by (com Bobby Bird)

terça-feira, 21 de julho de 2009

Freestyle Love

Os brasileiros Stereo Maracanã estiveram há dias na FNAC do Gaiashopping. Apesar de não ter ido ver, fiquei curioso com a descrição da banda (presente na Agenda da FNAC):

"Stereo Maracanã é considerada uma banda prodígio no cenário carioca. Ao longos do anos a banda tem-se destacado em várias colectâneas musicais. O som do grupo tem influências da música de capoeira e da black music, caracterizando-se pela experimentação musical em estúdio onde misturam bases electrónicas com beats de hip-hop e muita eprcussão. Actualmente a banda prepara a apresentação do novo albúm Mentalidade Safari e estará em tournéé na Europa em Julho".



Faz lembrar o Big Willie Style!

segunda-feira, 20 de julho de 2009

do it with love

Miki an Larissa Sirah performing Tu es mit Liebe live @ Opus1 Düsseldorf, Germany (2007)


Também foi assim na Casa da Música!

domingo, 19 de julho de 2009

miki e o hip-hop

Pois a coisa correu muito bem!
Só não digo "não podia ter corrido melhor" porque como já é do conhecimento geral, o Sam, doente, faltou à chamada. As melhoras e os parabéns atrasados!
Agora o acontecimento: foi um espectáculo brutal.
Tudo muito coordenado: rappers, coro (Dino, Marta Ren, Larissa, Marta e New Max, este último entrecortando com momentos a solo) e orquestra perfeitamente sincronizados nas entradas de cada um e no modo como deixavam ouvir mais o outro quando a harmonia assim o exigia.
Um NBC abnegado e entusiasmante como sempre e um autêntico monstro em palco: Larissa. Possuídora daquela melosidade tão cara às senhoras da dita neo-soul norte-americana (vide Erykah Baduh, N'Dambi, Jill Scott, etc. etc.), espalhou talento e sedução. E depois era um mulherão daqueles...
Mas o destaque maior tem que ser prestado justamente ao cérebro por detrás de todo o projecto: Miki. Havia de dizer o Maestro convidado no final do espectáculo, a propósito de Miki: "he's the easiest guy to work with". E foi essa a primeira impressão que tive depois de ouvir as suas palavras assim que entrou em palco. Bem-disposto, humilde e empolgadíssimo, rappou, tocou o violino (o seu instrumento de eleição), juntou-se aos coros de Dino, New Max e Larissa e ainda teve tempo para pôr o público a mexer. Inspirador!
Ouviram-se beats portugueses (New Max, Sam the Kid), os Fugees foram interpretados a solo pelo violino de Miki (Ready or not), e, já no fim, Doggy Dogg World (corrijam-me se errado estou) do Snoop ("You know this!", dizia o Miki) trouxe boas memórias. Tudo interpretado pela Orquesta Nacional do Porto a par com uma live band alemã trazida por Miki.
O encontro entre o flow do rap e a potência de uma sonoridade que talvez só mesmo uma Orquestra Sinfónica consegue produzir, foi arrepiante. O resultado foi um som muuuito cool, atraente para novos e graúdos. O prazer de ver o NBC a escutar atentamente a orquestra era exactamente o mesmo de observar um dos contrabaixistas da orquestra a abanar a cabeça ao som da bateria que acompanhava os rappers. E o mesmo dei conta nas pessoas (tão diferentes todas elas!) que a meu lado iam apreciando o espectáculo...

Lições a tirar:
O Hip-Hop é o que os seus artistas quiserem fazer dele. Absolutamente. Esperemos que a originalidade que tantos rappers reclamam, também se traduza em ver um pouco mais longe, fora de lugares-comum do que é real ou verdadeiro. Estou, perdoem-me a expressão, a cagar-me para o que isso é. Cada vez mais é paradigmático que quem faz bom rap é quem não perde tempo nesses discursos ocos e circulares. Boa música é boa música. Façam-na! Com pcs, auto-tunes, mpcs, beats, tarolas, bombos, sintetizadores, guitarras, pianos, oboés, xilofones, reco-reco, tanto faz.
É em artistas como Miki que o Hip-Hop e a música em geral têm tanto a ganhar. Porquê? Porque quando não se colocam limites prévios (e cegos) à criação, os resultados podem ser extraordinários.

Danka, Miki!

quinta-feira, 16 de julho de 2009

provocando uns e outros

Estou muuuito curioso por este Hip-Hop Sinfónico de amanhã!
Para saber um pouco mais, veja-se a interessante entrevista de Miki, reputado produtor alemão de hip-hop e coordenador de todo o projecto, à revista institucional da Casa da Música. Tinha sublinhado uma série de frases que queria deixar aqui, mas entretanto não sei onde pára a revista. Debruçavam-se sobre as inevitáveis querelas entre puristas, quer de um lado (música clássica), quer do outro (hip-hop). E já todos sabemos onde está a virtude...
Pelos vistos, esta experiência - no mínimo arrojada - já foi levada a cabo pelo mesmo Miki na sua terra natal, quando juntou uma série de rappers alemães e a Orquesta Nacional de Berlim (se não me engano). Os elogios foram muitos... e dos dois lados.
É ver para crer!

Orquestra Nacional do Porto
Rappers portugueses presentes: Sam the Kid, NBC e New Max (embora este último porventura mais conhecido pelos dotes na produção).
Outros: Ono.
Arranjos e coordenação: Miki.

ADENDA:
Acho que isto é daquelas coisas que pode correr muito bem ou muito mal. Que corra muito bem, pois! :)

quarta-feira, 15 de julho de 2009

à atenção dos mais interessados:

Trava-se uma interessantísisma discussão de ideias no Hipop Kulture, mais precisamente nessa secção de comentários, a propósito de outsiders e insiders que escrevem sobre hip-hop.
Gostaria de dar a minha opinião, mas reservarei a mesma para quando tiver o tempo necessário para fazer uma reflexão sobre um assunto tão delicado como o que está em cima da mesa. De momento, dizer apenas que inteligentes e sensatos têm sido comentários como estes:

Não sei como é que o Mário Lopes do Ipsílon e o seu distanciamento podem ser um bom exemplo. Ele escreve bem, muito bem, fluidamente, eloquentemente, adjectivadamente, o problema é que por vezes ler um texto sobre hip-hop e depois ler outro sobre teatro é a mesma coisa. Isto para um ouvinte de hip-hop.
Quanto à questão de ser insider ou não ser, é como tudo no jornalismo. Há generalistas e especialistas, e todos são importantes. Dizer que ser "outsider" é melhor que ser "insider" é tão absurdo como dizer o contrário. Um especialista pode dar bastante jeito em muitos casos, bem como alguém com mais distanciamento mas com boa capacidade de investigação e transmissão de ideias pode de facto fazer um trabalho de excelente qualidade.
devo dizer também que capacidade de investigação e de análise, curiosidade e abertura ao exterior, são capacidades muito mais importantes do que ser apenas bom "escriba". Isso não é jornalismo, apesar de portugal ser fértil em jornalistas bons escribas mas férteis em dogmas. Na imprensa musical, esse "distanciamento" não é sinónimo de melhor qualidade ou abragência, porque eu sei sempre de que artistas/álbuns vão falar. Por isso, ler os especialistas do H2Tuga compensa, e muito.

Mano J.



E especialmente este:

Não elogiei a escrita em si (que, no caso de alguns insiders, é muito má) mas a capacidade de avaliar musicalmente um projecto. A maioria dos insiders só ouve hip-hop (pouco mais) e não têm sensibilidade para avaliar um projecto musical. Não sabe puto de história da música. Isso é importante. Muito importante. Afinal o hip-hop é também um estilo musical e, apesar de ter as suas características próprias que o distanciam de outros estilos, tem de ser avaliado enquanto música.
(autor anónimo)

Este bold é meu. E faço destas palavras minhas.

terça-feira, 14 de julho de 2009

stand by

A rua tem andado adormecida porque um dos seus transeuntes habituais tem andado ocupado com compromissos académicos (leia-se exames).
Assim que a disponibilidade for maior, a rua vai voltar a abanar!

Até lá, proceed!

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Pergunta-se


neste blog por que motivo ninguém fala do Statik Selektah.
E, se me permitem, pergunto eu da minha parte: por que motivo ninguém fala do Godfather Don e do The Nineties Sessions (2007), que foi só um dos melhores discos de hip-hop americano nos últimos anos?
Mistério...

(comentei brevemente este disco o ano passado, quando o descobri)









quarta-feira, 8 de julho de 2009

domingo, 5 de julho de 2009

Eu Não das Palavras Troco a Ordem



Já não comprava um disco de hip-hop português que me desse tanto prazer de escutar como este. Aliás, já não comprava um disco de hip-hop português há bastante tempo.
Nerve é um caso sério. Nos poesia, na métrica cantada da mesma, nos beats, na interpretação pessoalíssima com que modela as palavras e as respirações (quase que o vemos a gesticular mesmo à nossa frente), no negrume cínico e imprevisível (e depressivo, claro) que é transversal a todas as faixas do disco.
Uma vez que antes de ir comprar o disco, já tinha ouvido umas coisas na net, fiquei excitadíssimo quando vi na capa "INCLUI LETRAS DAS MÚSICAS". Excitadíssimo e, ao mesmo tempo, surpreso, pela transparência de alguém que põe na sua música palavras tão cruas.
A surpresa desfez-se. As letras vêm redigidas num complexo sistema de inversão que as tornam ilegíveis. Mesmo agora que já descobri o caminho lógico para as decifrar, acabei por me decidir a não fazê-lo, quase num respeito íntimo para com o autor.
Para mais, esteticamente falando, Nerve salta anarquicamente o campo do hip-hop com uma produção não raras vezes puramente experimental, louca, desconcertante. Para trás e para a frente, dá voltas e voltas numa sonoridade eclética e estranha q.b., sem nunca cair, todavia, nos minimalismos chatos ou monótonos da música experimental mais frequente nos dias de hoje. É rap, é indie, é spoken word, é electrónica, é tudo isto mais os rasgos excêntricos de um jovem da minha idade (creio) com uma caneta endiabrada...
Este é um grande, grande disco e de impacto ainda desconhecido para a música portuguesa, arrisco eu.

"Nunca fales com estranhos!"
Não falo, está prometido!
(...)
Ei, eu sou estranho e ninguém quer falar comigo...