segunda-feira, 13 de abril de 2009
conclusões do momento:
Tanto o Nas, como o Jay-Z - curiosamente os dois protagonistas de uma das beefs históricas do rap norte-americano, entretanto resolvida - começam a decaír, a meu ver, no seu terceiro disco. O Nas com o I Am...The Autobiography (1999); o Jay-Z com o Vol. 2, Hard Knock Life (1998). Curiosa ainda a proximidade das datas.
Como dizia a um amigo, se avaliarmos a coisa atentando apenas em duas ou três músicas, podemos ficar equivocados. É que o disco do Jay-Z tem beats fantásticos como o "Hand it Down (Intro)", o "Hard Knock Life (Ghetto Anthem)", o "Ride or Die" ou o "Money Ain't A Thang" (com Jermaine Dupri). E o album do Nas tem cenas como o "n.y. state of mind, pt. 2", o intemporal "Hate Me Now", o monstruoso "Nas is Like" (dedo inconfundível do Premier) ou a "Dr. Knockboot".
Mas há diferenças. Globalmente, quer quanto ao Nas, quer quanto ao Jay-Z, os beats descem significativamente de qualidade. É que não dá sequer para comparar com os discos anteriores. Saltam à vista os sintetizadores e os ritmos manhosos e super violentos para os ouvidos. Desaparecem os samples jazzy e a boa onda. Ora isto é particularmente gravoso para o Jay-Z. É que eu nunca gostei da pinta dele, muito menos dos seus versos. Mas como tinha grandes beats (Primo work), a auto-proclamada posição de Boss e o flow encaixavam com mestria naqueles beats portentosos. A partir do momento em que, continuando a armar-se aos cucos e a dizer coisas pouco ou nada interessantes, os beats deixam de ser (pelo menos a grande maioria) o que eram, a queda é grande.
Quanto ao Nas, a cena é diferente. Este sempre teve uma dimensão lírica muito especial, nada que ver com o Jay-Z. É um rapper com outra visão, outras preocupações. Todavia, também neste disco começava a puxar a coisa em demasia para a egotrip, o money e o realVSwack. E não precisava disso. Era tão dispensável! Tal como no disco do Jay-Z, os beats estão francamente piores. A milhas de "Represent", "Life's a bitch" ou "The World is Yours" - tudo do seu primeiro disco, consensualmente apreciado como um dos melhores de sempre do hip hop: Illmatic (1994).
Não é alheio a isto o facto de Premier assinar muito menos produções desde Illmatic, passando por It Was Written (1996) até ao I Am...The Autobiography (1999). Já para não falar de Pete Rock ou Large Professor, que desaparecem do estúdio.
O mesmo com o Jay-Z: Premier assina apenas uma faixa em Vol. 2, Hard Knock Life e começa a sobressair a cambada dos Timbaland e companhia...
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Sem dúvida que os primeiros álbuns de Jay-Z e Nas são os mais marcantes. O toque de Premier ajudou muito para que ficassem com o carimbo de clássicos.
ResponderEliminarAbraço.