Para além da perda (sentimental e artística) incomensurável que foi a partida do super-músico, ela inculcou um enorme estigma no meio musical norte-americano: o da constante interrogação se estamos perante um "novo J Dilla" de cada vez que aparece alguém a fazer música que de alguma forma, nem que seja a mais ínfima, se aproxime do ambiente único que Dilla criou em todos os seus registos.
Percebe-se a evocação: uma constante evocação da lenda, do enorme músico que foi Dilla. Mas os críticos devem perceber três coisas: a primeira, é a de que ao tentarem fazer comparações incomparáveis, acabam por sobrevalorizar frequententemente artistas que não serão nunca "J Dillas"; a segunda, é que esse constante paralelismo, porque infundado, acaba por vulgarizar e desvirtuar a música do próprio J Dilla; a terceira, a de que essa constante alusão, por mais saudosa e demonstrativa de respeito que seja, acaba por retirar o mérito próprio e original de quem está a fazer música agora, hoje.
J Dilla partiu, e com ele um dos melhores artistas da música norte-americana dos últimos 20, 30 anos. Mas dizer isto basta por si só, todos o sabemos.
J Dilla - Airworks (do álbum Donuts, 2006)
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
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100% de acordo com o teu texto, Francisco! J Dilla é único, inimitável!
ResponderEliminarAbraço.
:)
ResponderEliminarUm abraço e obrigado pelsa visita!