quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
a super banda e um não-super disco
A propósito das comparações com os Heiruspecs, aproveito para colocar a agulha no Rising Down (2008), dos (The) Roots. Dada ser a primeira vez que por aqui toca um disco da banda, vou alongar-me um pouco sobre a sua história.
Ponto prévio: os Roots são das minhas bandas preferidas. Por vários motivos. A começar pela singularidade: é uma banda que consegue estar em todos os estilos e não estar em nenhum. É imune a rótulos e estereótipos. Esta autonomia muito própria vem já desde o seu primeiro disco, Organix (1993). Situemo-nos na época: os Roots surgem como uma hip hop liveband, grande novidade à época. Estava-se no florescer da golden age do rap onde o sucesso chegava pelo formato que entretanto ganhou contornos de clássico: um dj e produtor (pratos e caixa de beats) e um mc; ou então apenas o mc-faz-tudo. Por aqui começa a tal singularidade dos Roots como liveband: um mestre de cerimónias portentoso (Black Thought, um dos meus rappers de eleição), o carismático produtor e drummer ?(Quest)Love, um baixista e um teclista. Mais tarde chegaria Malik B., outro mc. Nesse Organix, encontramos pequenas maravilhas como Good Music (in fact!), Grits, Leonard I-V, Pass the Popcorn, The Roots is Coming (intro) ou The Session. Este disco, não necessariamente por ser o primeiro, traduz o ecletismo e a impossibilidade de etiquetas muito definidas na música dos Roots. A envolvência oscila entre o soul, o jazz, o rock ("Pass the what?! Pass the Popcorn!!") e um ora doce, ora arranhado rap... O contrário seria difícil quando se tem um mc do calibre de Black Thought.
Bem, não é meu propósito fazer uma bio dos Roots, por isso vou directo ao Rising Down. Quanto aos outros discos, deles irei falar por aqui mais tarde ou mais cedo.
Ora depois de tantos elogios, vem a crítica. Não gosto de quase nada deste Rising Down. Do som em si. Deste disco, apenas me dá gozo escutar Criminal (com Saigon e Truck), Unwritten (com Mercedez Mar), Hidden track e Rising Up.
A música está monótona, escura, cansada. O superavit electrónico não trouxe nada de bom. Foi para mim uma enorme desilusão escutar um album tão soturno e sem imaginação.
Ou então talvez implique uma segunda atenção (custa-me ouvir um mau disco desta super banda...).
Rising Up
Get Busy
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Grande banda, grand batida.
ResponderEliminaro questlove e demais. deus no ceu, questlove na terra.
abraço.
e este....hem..
ResponderEliminarhttp://www.youtube.com/watch?v=8lY672l2mII
abraço