quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Se algum dia te perguntarem


qual é para ti um dos rappers mais subvalorizados e esquecidos na espuma do tempo, o que respondes?
Eu, que só agora* descobri o álbum East Side Story (1992), diria sem hesitar: Kid Frost.
Como é que este tipo anda esquecido? Como é que ninguém fala deste álbum? Mistério!
Musicalmente, é do hip-hop mais melodioso que há, naturalmente a fazer jus ao padrão estético da época (a golden age dos 90) que o hip-hop norte-americano atravessava. Mas aos samples de soul, Kid Frost junta ainda ressonâncias caribenhas (embora o seu México seja um pouco mais acima), beats muitíssimos ritmados (e heterogéneos) e coros vocais enlaçados com saxofones sugerindo um ginger ale em mangas de camisa numa praia para aqueles lados. Na faixa 8, "Spaced Out", ensaia um dubstep arrojado e obscuro (e completamente deslocado do disco, o que estranhamente não fica nada mal) e, coisa rara num rapper, deixa o beat tocar sozinho por mais de 3 minutos na última faixa, "Mi Vida Loca" (que podem checkar abaixo), fechando assim em beleza. Se liricamente não é nenhum portento, Kid Frost compensa com bom-disposição e com aquele "street knowledge" calmeirão, conselheiro. Numa palavra: pau-sa-do.
Como se a coisa já não fosse suficientemente boa, o puto Frost ainda teve tempo para fazer por essa altura uns clips muuuuito oldschool:

La Raza


No Sunshine (sample do clássico de Bill Whiters)


Mi Vida Loca


*depois do boy que mais comenta neste blog me ter mostrado o clip da "La Raza". :)

dos críticos


João Bonifácio (JB), crítico de música (entre outras coisas), assina no último ípsilon (suplemento do Público), um artigo a propósito do álbum In search of Stoney Jackson (2010), dos Strong Arm Steady, em que os elogios são tantos e tão profundos, que o leva mesmo a dizer, com honras de sub-título (na versão impressa), que estamos perante "o melhor disco de hip-hop, jazz e funk que se ouviu em muito tempo". Assalta-me logo uma dúvida: o que significa, ao certo, "em muito tempo"? Um ano, dois? Uma década? Bem, em qualquer das duas, o juízo parecer-me-ia infundado - basta pensar no álbum Early Believers (2009), de Kero One (álbum de que estranhamente ninguém falou para os melhores discos de 2009). Por outras palavras: parece-me a mim que neste artigo, o crítico padece do vício tão natural dos críticos que mais estão por dentro da "cena": o "deixar-se ir", a apreciação exacerbada própria de quem está em contacto muito directo com o autor da obra e que, por isso mesmo, acaba por se lhe toldar um pouco a razão. Compreendo o excesso (sem ironias!); mas para quem lê e depois ouve, é inevitável percepcionar uma certa alienação de quem avalia.
Mas é In Search of Stoney Jackson um mau disco? Não, claro que não. É um bom disco, até porque a produção esteve nas mãos de Madlib e isso significa inexoravelmente boa música. O que acontece é que In Search of Stoney Jackson não é o disco que JB descreve nem de perto nem de longe (cheguei mesmo a pensar na possibilidade de ter ouvido uma mixtape do mesmo grupo, mas com o nome trocado). Que os beats são muito bons, ninguém discute (volto a lembrar o factor-Madlib); mas o que também ninguém poderá conscientemente afirmar é que sejam alguma coisa de extraordinariamente fresco, original. São os samples da velha escola, o mesmo é dizer, soul e funk norte-americanos dos anos 60 e 70. Claro que um "clássico" (JB não hesita em assim apelidá-lo!) também se faz (talvez na maioria das vezes, até), não de coisas "frescas" e "originais", mas de produtos consolidados e sabiamente explorados.

... (escrevo e reescrevo mil vezes um parágrafo)
Stop: talvez esteja a ser injusto. Façam por vós próprios: antes de ouvirem o disco (ou as faixas abaixo), leiam o artigo, absorvam-no e pensem em que tipo de disco estão à espera. E depois, finalmente, oiçam-no. E dêem-me o vosso feedback. :)

O artigo (penso que é a versão completa) pode ser lido aqui.



terça-feira, 26 de janeiro de 2010

O ano da morte de J Dilla

Para além da perda (sentimental e artística) incomensurável que foi a partida do super-músico, ela inculcou um enorme estigma no meio musical norte-americano: o da constante interrogação se estamos perante um "novo J Dilla" de cada vez que aparece alguém a fazer música que de alguma forma, nem que seja a mais ínfima, se aproxime do ambiente único que Dilla criou em todos os seus registos.
Percebe-se a evocação: uma constante evocação da lenda, do enorme músico que foi Dilla. Mas os críticos devem perceber três coisas: a primeira, é a de que ao tentarem fazer comparações incomparáveis, acabam por sobrevalorizar frequententemente artistas que não serão nunca "J Dillas"; a segunda, é que esse constante paralelismo, porque infundado, acaba por vulgarizar e desvirtuar a música do próprio J Dilla; a terceira, a de que essa constante alusão, por mais saudosa e demonstrativa de respeito que seja, acaba por retirar o mérito próprio e original de quem está a fazer música agora, hoje.
J Dilla partiu, e com ele um dos melhores artistas da música norte-americana dos últimos 20, 30 anos. Mas dizer isto basta por si só, todos o sabemos.

J Dilla - Airworks (do álbum Donuts, 2006)

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

domingo, 17 de janeiro de 2010

Fado superstar

Já tem uns tempos mas eu só descobri agora! Grooooovy!

Type e Kalaf - Fado Superstar

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Shades of blue



Lançado em 2002 pela histórica editora Blue Note Records (que juntou gente como Coltrane, Horace Silver ou Donald Byrd, só para citar alguns), Shades of Blue é uma remistura de grandes registos da história do jazz americano. A receita não é, de todo, nova: construção e desconstrução de beats, lado a lado com os pianos, os saxofones ou os trompetes. Todavia, se não é nova, não deixa de ser de difícil execução. E, não sendo nova, é também sempre difícil repetir a execução com qualidade e originalidade, evitando ementas e ingredientes exaustivamente cozinhados. Obviamente que isso só está ao alcance dos melhores e Madlib, depois da partida de J Dilla, ficou provavelmente sozinho sentado no trono dos produtores da cena hip-hop norte-americana.

"Slim's Return" (original de Gene Harris & The Three Sounds)


"Song For My Father" (original de Horace Silver)

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Quando ainda ninguém sabia o que era o "veejaying"

Herbie Hancock - Vibe Alive


(do álbum Perfect Machine, 1988)

A mesma porta que se fechou...

deixou aberta tantas outras.
RIP Teddy Pendergrass (1950-2010).

a "mensagem" no "rap de um gajo esquisito de óculos"


"HHSE - O teu discurso como rapper é um pouco fora do vulgar. Que tipo de mensagem pretendes transmitir?
STRAY - Nenhuma mensagem específica. Há rappers que o fazem muito bem, que transmitem muito bem os seus pontos de vista e que fazem pensar as comunidades. Eu não tenho pontos de vista muito importantes para transmitir a ninguém e também não quero ter a responsabilidade de responder na vida real pelas ideias que transmito na música. Prefiro que não me levem muito a sério e só quero ser julgado pela minha capacidade criativa. Não quero com isto dizer que não sou uma pessoa de convicções, mas no rap não tenho nenhuma mensagem a transmitir... ou melhor, não tenho nenhum objectivo a atingir perante os outros. Claro que há músicas minhas que têm uma mensagem...nem que seja uma mensagem emocional. Talvez se possa dizer isso. Por exemplo, as músicas "Dread Droid Ninja" parte I e II contam uma história de uma luta minha contra uma televisão que ganha vida por ter sido deixada ligada à corrente...e só se percebe essa mensagem, digamos, ambiental, no final da história e tudo foi uma grande odisseia exagerada para transmitir uma ideia simples, "meninos, antes de irem dormir, desliguem a televisão". Mas até que ponto é que essa mensagem não é irónica e o verdadeiro foco da história é mesmo a batalha e a razão da existência dessas músicas é uma tentativa de ser criativo? Sinceramente, não sei. Por isso também não posso arriscar dizer que a minha música tem mesmo uma mensagem".

A entrevista completa aqui.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

lykke it

Não é porventura este um disco cuja sonoridade seja familiar aqui pela rua. Descobri Lykke Li e o seu Youth Novels (2008) por mero acaso, enquanto procurava por uma reportagem de Common na CurrentTV (e que aqui deixei). Nos pequenos intervalos da reportagem, aparecia em jeito de spoiler a reportagem seguinte com a tal Lykke Li. Gostei desses bocadinhos e vai daí toca a conhecer esta sueca que traz pop-rock melodioso e arrojado q.b.. Se o nome de Feist vos vier à memória, não será mera coincidência! (e a última música, "Breaking it up", também me traz ao ouvido os Justice, mas ainda não consegui perceber qual música ao certo...)

I'm Good, I'm Gone


Little Bit



Breaking It Up

Ainda não percebi


... se gosto deste disco (En'A-Free-Ka, 2009). Enquanto isso fica à vossa apreciação! (a capa do disco é fantástica, não é?)


Lil' Girl Feat. Fatima & Stephen "Thundercat" Bruner (dos clips com mais cor que já vi! muito bonito.)



Nirvana

domingo, 10 de janeiro de 2010

"Hip-Hop is not a positive environment for young woman"

Neste blog falava-se da norte-americana Jean Grae e de outras mulheres a fazerem hip-hop. Um homem, que faz hip-hop, que gosta de hip-hop feito por mulheres, diz: "I would walk my daughter 50 miles away from this place [meio hip-hop]". Porquê? A (velha) razão:

sábado, 9 de janeiro de 2010

À décima é de vez


Eu não sou produtor nem nunca acompanhei de perto nenhum processo de criação musical. Mas suponho que à semelhança de tantos outros processos criativos, o musical não fuja, durante o seu decurso, a uma série de hesitações, receios, dúvidas, erros manifestos, arrependimentos, etc., da parte do autor.
Ora parece-me me a mim que o Ras G, enquanto criava o seu Beats of Mind (2008), teve um assomo de lucidez à décima faixa. Por outras palavras: estava o Ras G a fazer um disco chato como o caraças, monótono à brava, quando de repente abriu muito os olhos e disse "ei!, mas que estou eu a fazer?!". E então percebeu que, apesar do tempo perdido, aquele era o momento de tentar corrigir a asneira. E, foi aí, meus senhores, à décima faixa de Beats of Mind, que Ras G fez a sua emenda cívica (a.k.a. "obra prima") e obteve o perdão de todos os seus concidadãos:

Ras G - Tha Message

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

blaksomething


Numa altura em que muitos elaboram extensas listas dos melhores discos de 2009, e não tendo eu a boa vontade (nem paciência, tempo e coisas que tais) para também o fazer, aproveito para me interrogar sobre alguns desses discos. (Excusado será dizer que a interrogação incide apenas no disco em si, não sendo portanto qualquer tipo de crítica subreptícia a quem o escolheu (que nem sequer conheço, como é o caso), ou aos seus gostos e à sua maior ou menor ponderação na escolha. Não é nada disso que se pretende naturalmente).
No nº 27 do top de discos de 2009 do Bodyspace, figura o álbum Blakroc, dos Blakroc. A crítica é impressiva:

"À partida, misturar rap e rock não seria lá muito complicado. Afinal, para parafrasear Kyp Malone dos TV On The Radio numa entrevista do Bodyspace há uns anos: "Haverá algo mais rock'n'roll que os Public Enemy?" A ideia do DJ como banda foi explorada em "Bring The Noise", uma das melhores malhas de sempre, mas a mistura entre o rap e o rock raramente deu bons resultados. E, quando deu, pendia sempre mais para um lado que para o outro. Por cada momento da época de ouro de Rick Rubin na Def Jam e malha dos Run DMC, Beastie Boys ou do LL Cool J há um disco do Jay-Z com os Linkin Park. Os exemplos são incontáveis. Os Sonic Youth tinham a "Kool Thing" com o Chuck D, os R.E.M. tinham a "Radio Song" com o KRS-One, mas raramente houve uma mistura tão incrível de rock bom e rap bom. O projecto dos Black Keys veio mudar essa merda totalmente. Foram anos para chegar a uma coisa assim: bom gosto, boas malhas, boas rimas, bons rappers, bom tudo. Até dubstep há. E tem as duas vertentes nas medidas certas. Não é um caso tipo Roots, em que uma banda toca hip-hop, é mesmo mesmo uma banda de rap-rock. Era algo que já devia existir há anos. E, felizmente, agora existe".

Foi com natural avidez que corri para ouvir este disco. E muito desiludido fiquei.
É certo que, como o texto alude, a musicalidade deste disco não pende nem mais para um lado (rap) nem para o outro (rock). O problema é que não pende para lado nenhum! Antes de mais, não estamos a falar de rock'n'n roll a la Public Enemy; não é rock explosivo, festivo ou "de combate" (a única excepção é, talvez, a faixa "Done Did It"). É um rock invernoso, com guitarras lânguidas e baterias muito certinhas do princípio ao fim. Não há disparates, loucuras: não é uma rockalhada, ponto.
A pergunta é: isso é por culpa da dimensão rap que o disco pretende ter? Não, não me parece. Os mcs (de luxo, diga-se) estão bem enquadrados com os drums, têm flow, têm boas rimas (afinal de contas estamos a falar de pesos pesados como Q-Tip, Mos Def, Pharoahe Monch ou RZA). Mas o que falha, então? No global, falha tudo, à excepção de 5 ou 6 faixas. A sonoridade é insossa, não atinge picos; as melodias são soturnas, escuras e a monotonia de algumas delas fazem-nos pedinchar desesperadamente por uma MPC e meia dúzia de vinys de soul e funk dos 70's.
Se o prisma de ver a coisa for pelo experimentalismo, pelo ambiente híbrido (demasiado...) que a sonoridade sugere, então Blakroc marca alguns pontos. Se não for isso, este é um disco que não vai ser lembrado por ninguém daqui a uns anos...
Para o quadro não ser tão negro, ficam a tocar as (poucas) faixas de que gostei. Fica o convite a opinião (radicalmente) contrária! :)

Quanto às comparações que são feitas na crítica do Bodyspace, confesso que se os Beastie não são uma banda de "rap-rock", então não sei o que serão os Beastie nem o que será uma banda de "rap-rock"...

On The Vista feat Mos Def



Done Did It (feat. Nicole Wray and NOE)


Stay Off The Fuckin Flowers (feat. Raekwon)

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

I'd Rather Be With You / I'd Rather Be Your NIGGA

Ouvia Bootsy Collins e fiquei com a pulga atrás da orelha...:

Bootsy Collins - I'd Rather Be With You


Tupac - I'd Rather Be Your NIGGA

domingo, 3 de janeiro de 2010

em repeat



I'm just living and loving, waiting for the moment
When you got time to kill
And if I can't get your love, then
What's a telephone bill?

nem de propósito

(carregar para ampliar)No seguimento do post anterior, saúda-se uma iniciativa como esta, que junta letristas (poetas?) tão talentosos quanto diversos. Não fossem os exames e eu ia até ao Hot Club.

sábado, 2 de janeiro de 2010

poesia e canções

Este é um dualismo tranversal a toda a música que sempre me despertou muita curiosidade e que, creio, me vai suscitar sempre interrogações. Sobre o papel da poesia no que ao hip-hop diz respeito (uma velha questão, e que por isso mesmo despoletou comentários difusos), já por aqui escrevi. aliás, um texto. Aqui fica um excerto da entrevista com Manel Cruz (ex-Ornatos Violeta, Pluto, Supernada) ao Jornal Tribuna a propósito da questão. Para ler a entrevista completa (páginas 42 e 43), podem fazer o download do Tribuna em formato pdf aqui.

"Tribuna: Se a tua musicalidade se foi alterando ao longo dos teus projectos e das tuas diferentes bandas, liricamente há uma marca muito forte que não sofreu grandes alterações. Concordas com isto? Numa entrevista há tempos disseste que mudaste aquilo sobre que escrevias.

Manel Cruz: A parte do escrever acompanha-me sempre, é transversal. É uma parte mais existencial, contemplativa. Há mudanças que noto mais eu do que as outras pessoas e que nã se prendem apenas com aquilo sobre que escrevo, mas também com a forma, a plástica da letra, a maneira como parto para ela. Nos Ornatos, fazia melodias e depois escrevia, ajustando a melodia às letras e vice-versa. Era um processo que servia mesmo uma banda. Fazer as coisas de outra maneira pode ser, por exemplo, partires de uma letra e musicá-la, como pode ser, também, escrever alguma coisa que te vai na cabeça no momento, sem sentido aparente, e depois descobrires o sentido daquilo, ou então não, e deixares aquilo ser uma mera brincadeiras com palavras. É um lado mais experimental. Não digo que tenha perdido este lado. Gosto de escrever uma "canção" no sentido mais clássico do termo, mas sinto que também comecei a brincar um bocadinho mais e a não levar tanto a sério a questão da escrita. Brincar mais com as palavras.

TRIBUNA: Canções e poemas são diferentes? Ou é possível ler verdadeira poesia nas letras? É que isso acontece nas tuas...

Manel Cruz
: Essa é uma questão fixe. Há um equívoco. Eu acho que os poemas já têm a música. A maneira como se organiza o poema na página, como preteres algumas palavras, uma pausa, um ponto, a métrica... tudo isso é já uma pauta para quem está a ler. Já estás a condicionar quem vai tocar. Quem toca dá ao poema a música que ele já sugere. Na canção, sem o suporte musical, a letra não tem estrutura para ser poema. Mas atenção, não estou a dizer que estas são as únicas hipóteses! Podes ter, de facto, canções que são poemas, e lê-los isoladamente e funcionar. O que digo é que se arrancarmos a letra à canção, isso não faz da letra necessariamente um poema. Para mim, um poema, ou o que se chama de poema, é algo que vive sozinho, para ser lido. Tive muitas propostas de editoras para editar as minhas letras como livros de poemas. Mas sempre que as isolava achava aquilo patético, não fazia sentido. Repetir os refrões, por exemplo, não fazia sentido. Quando se está a ouvir um CD e se está a ler as letras, estamos a ouvir música.
Há múltiplas maneiras de encarar as coisas. Normalmente, tenho um sentido que quero dar nas letras. Já me aconteceu querer dar esse sentido e certa palavra ser perfeita para colmatar um texto mas foneticamente não soar bem na música. Prefiro tirar sempre a palavra e deixar a música. A maneira como a música vai ser ouvida também conta para transmitires um sentimento. Uma palavra perfeita que soa mal pode não passar o sentimento, embora passe a palavra. É um jogo abstracto em que a preocupação no final é o que entra no ouvido. Depois do ouvido é que vai, então, à alma. Pelo menos eu sinto a coisa assim... Já se for um poema propriamente dito, aí é a palavra. A pessoa vai ler a palavra e depois "cantá-la" da maneira que quiser".

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

diva

ao frio


.... responde-se com calor. Se for negro, ainda melhor!

pirâmides em Marte

Parece que o português Rocky Marciano se prepara para nos brindar outra vez com a sua requintada orquestração de hip-hop, electrónica, jazz e funk com Back to the Pyramid.
Depois de The Pyramid Sessions (2005) e Outside the Pyramid (2008) (de todos os CDs que comprei, um dos que mais valeram o investimento!), a água na boca é muita! Sobre RM, para os que já pisam esta rua há mais tempo, não é a primeira vez que falo dele.

Rocky Marciano na sua primeira encarnação (antes de reencarnar num refinado produtor de música):